Elevada abstenção afasta Portugal de Bruxelas

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, considerou que a abstenção registada nas eleições europeias em Portugal, a mais elevada de sempre, é "muito preocupante" e cria "uma dinâmica negativa" de afastamento do país face a Bruxelas.

A abstenção nas eleições para o Parlamento Europeu registou no domingo um novo recorde, com um valor de 66,09 por cento, o mais elevado de sempre em Portugal, só ultrapassado pela registada no referendo de 1998.
Um número que, para o governante, "não é nada positivo" para a imagem de Portugal junto de Bruxelas e dos restantes Estados-membros.
"O modo como vai ser interpretado em Bruxelas é de um país que não está tão envolvido na discussão europeia como outros. Cria-se uma dinâmica negativa, um círculo vicioso, em que o país se sente menos motivado para participar e a interpretação nos outros Estados-membros e em Bruxelas é também essa. É uma razão adicional para nos preocuparmos", afirmou Bruno Maçães à Lusa.
Nos países da União Europeia (UE), a taxa de participação nas eleições europeias de 2014 chegou aos 43,1%, semelhante à de há cinco anos, tendo Portugal sido o oitavo país com abstenção mais elevada, segundo dados provisórios divulgados em Bruxelas no domingo à noite.
"Portugal tem números preocupantes, dos mais baixos da UE" e, excluindo os países dos alargamentos mais recentes, o país "fica ainda mais mal colocado", lamentou Bruno Maçães.
"Atingimos o valor mais baixo de sempre, e isso deve servir como um alerta e de ponto de partida para uma discussão muito séria sobre as razões deste fenómeno", declarou.


Fonte: Diário de Notícias