Contratos a prazo são novo problema pós-crise

A precariedade do mercado de trabalho português está a preocupar Bruxelas, que alerta para o aumento generalizado dos contratos a prazo em Portugal. Contrariar esta situação será “um particular desafio” que, tal como Espanha, Portugal terá de resolver. Até porque, alerta a Comissão Europeia, os problemas do mercado de trabalho estão longe de ser resolvidos com a criação de emprego.

Nos dados divulgados para o terceiro trimestre, o INE registou um total de 645,5 mil contratos a termo certo, para um total de 4,553 milhões de pessoas empregadas. Este número cresceu 1% face ao ano passado e 1,4% face ao trimestre anterior, uma tendência que se tem mantido desde 2008, pesando cada vez mais face ao total de empregados.
“Cerca de 60% dos trabalhadores temporários da União Europeia querem, mas não conseguem, um trabalho permanente”, refere a Comissão Europeia no relatório emitido ontem sobre emprego e situação social. Como refere, “este é um particular desafio em Espanha e Portugal (os países com as maiores percentagens de emprego a termo)” e onde “cerca de 90% dos contratos temporários são involuntários”.
O alerta de Bruxelas chegou no dia em que a OCDE deu conta de que o emprego em Portugal registou a maior subida dos países desenvolvidos. No terceiro trimestre de 2013, este indicador aumentou 0,7 pontos percentuais, para 61,3%.
No entanto, a Comissão Europeia vê em Portugal e nos países mais afetados pela crise problemas bem mais profundos, que fizeram cair as remunerações, aumentar a desigualdade de género e a pobreza.

Fonte: Dinheiro Vivo