Proprietários dizem que é cada vez mais difícil arrendar

O aumento da emigração e a saída de estrangeiros de Portugal deixa cada vez mais casas vazias. As associações dizem que há proprietários desesperados sem inquilinos.

As associações de proprietários dizem que é cada vez mais difícil arrendar uma casa e, apesar da expectativa, garantem que o mercado de arrendamento não arranca, está parado.
A culpa é da crise económica a que se juntou a emigração e a saída de muitos estrangeiros que viviam em Portugal, deixando cada vez mais casas vazias, sobretudo na periferia das grandes cidades.
A falta de nascimentos leva a Associação Nacional de Proprietários a temer que o futuro tenha ainda mais casas sem ninguém. À TSF, o presidente António Frias Marques diz que é preciso pensar se não vamos ter de demolir muitas habitações.
O último recenseamento, feito em 2011, revelou que o número de casas vazias em Portugal ultrapassava as 700 mil. Os proprietários acreditam que entretanto aumentou e recordam o que aconteceu nos últimos anos com as saídas para o estrangeiro e a descida dos nascimentos.
António Frias Marques diz que os proprietários estão desesperados pois têm de pagar o IMI mas é muito dificil arrendar.
A Associação Lisbonense de Proprietários também diz que há cada vez mais casas vazias e há cada vez mais associados a queixar-se que não conseguem arrendar, numa altura em que uma casa vazia arrisca-se a ter o IMI a triplicar.
O presidente, Menezes Leitão, acredita que a tendência é para piorar e António Frias Marques acrescenta que o problema é que não há pessoas para comprar os milhares de casas vazias que existem.
A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) alerta contudo que o mercado não é todo igual. Nos centros de Lisboa e do Porto há muita procura. O problema é na periferia.
Outra opinião tem o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário. Reis Campos contesta a ideia de que existem casas em excesso e diz que há hoje muitas habitações degradadas e que já não estão em condições de serem habitadas
O último recenseamento mostrou que Penela, no distrito de Coimbra, é o concelho com mais casas vazias: 31%. À TSF, o presidente da câmara, Luís Matias, tem números diferentes, mais baixos, mas admite que o abandono das habitações é um problema que preocupa.
Em Penela, é a mortalidade dos mais velhos que está a deixar cada vez mais casas vazias, mas no litoral a realidade é diferente.
A Moita, perto da ponte Vasco da Gama, na margem Sul, é o concelho da área metropolitana de Lisboa com mais casas vazias (16%). O presidente da câmara, Rui Garcia, explicou à TSF que muitas estão novas e nunca se venderam. Na prática, construiu-se em excesso.

Fonte: TSF