Portugal perde fundos europeus para desemprego jovem

O país está fora do pacote de verbas do Fundo Social Europeu para o combate ao desemprego jovem.

O pacote do Fundo Social Europeu para 2014 foi aprovado esta manhã em Estrasburgo. A emenda proposta por vários eurodeputados (entre os quais o português Rui Tavares) para que também os países sob intervenção tivessem verbas para combater o desemprego jovem não chegou a ser votada.

Com a aprovação, esta manhã, da versão inicial do documento - que prevê que apenas a França, a Itália e Espanha tenham acesso a fundos para esse fim -, gorou-se a possibilidade de ser discutida a emenda proposta pelos Verdes Europeus (iniciativa do português Rui Tavares e da alemã Elisabeth Schroedter) segundo a qual também os países intervencionados (Grécia, Irlanda, Portugal e Chipre) deveriam ter verbas do FSE para combater o desemprego jovem.

Os Verdes contavam poder apresentar a sua emenda na reunão plenária do Parlamento Europeu - a decorrer esta semana em Estrasburgo - mas a metodologia aprovada ontem, por sugestão do presidente do PE, o socialista Martins Schulz, inviabilizou que assim fosse: os eurodeputados decidiram votar o pacote (ao invés das emendas) primeiro e estabeleceram que, se aprovado, o compromisso seria aceite na totalidade, sem direito a emendas.

Uma atitude que leva Rui Tavares a apontar a "debilidade dos acordos feitos à porta fechada, em Conselho", que considera "não serem democráticos, nem levarem em conta a realidade nacional". Mas que o deixa também "desiludido" em relação a Martin Schulz - candidato do PSE ao lugar de presidente da Comissão Europeia, a quem lhe teria bastado "uma pequena decisão" para fazer diferente mas acabou por "segurar as pontas ao establishment (Comissão europeia e Comissão de Desenvolvimento Regional)" e, assim, deixar antever que "quando for presidente da Comissão, vai fazer isto várias vezes".


Fonte: Expresso