DIAP de Lisboa - 25 anos de investigação criminal em debate no parlamento

Maria José Morgado falou ao i sobre os resultados positivos e alertou para os efeitos dos cortes na investigação criminal.

Na véspera da comemoração dos 25 anos do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, a directora, Maria José Morgado, aceitou fazer ao i um balanço do que têm sido os últimos anos da sua liderança. Salienta por um lado que a falta de recursos não pode ter como consequência a inviabilização das investigações, mas lembra que a mudança do departamento para o Campus da Justiça foi um passo importante nesta caminhada, que apesar de longa está longe de chegar ao fim. "Não é possível prosseguir com um sistema que desconhece as alterações do mundo, o uso das tecnologias de informação pelo crime, o uso do regime offshore de formas muito mais sofisticadas de criminalidade, e respondermos sem assessorias técnicas ou informáticas, sem recursos compatíveis", explica.

Hoje a cerimónia dos 25 anos deste departamento acontecerá na Assembleia da República, sendo a sessão aberta - às 10h - por Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, e pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, uma presença que só foi confirmada esta semana. O encerramento ficará a cargo de Joana Marques Vidal, Procuradora-Geral da República.

Ao longo do dia, serão debatidos e apresentados vários temas, entre os quais as "perspectivas sobre o Ministério Público e a investigação criminal".

A intervenção da directora do DIAP de Lisboa está marcada para as 16h. Mas ontem, o i questionou Maria José Morgado sobre os desafios para o departamento que lidera e segundo referiu um dos principais é o de "manter e aprofundar os actuais níveis de especialização e eficácia."

Este departamento tem levado a cabo várias investigações de grande dimensão e com repercussão mediática conseguindo, segundo explica Morgado, "improvisar e alcançar os resultados positivos" apesar das limitações.

Ainda esta semana o i noticiou que o DIAP de Lisboa criou há 15 anos uma secção especializada na investigação de pornografia infantil na internet que tem alcançado bons resultados. Segundo dados enviados pela Procuradoria-Geral da República ao i, esta aposta resultou até à data numa "taxa de condenações de 100%".

Resultados que nem sempre são possíveis por várias razões. Em Fevereiro, o "Expresso" noticiava que o departamento de Maria José Morgado tinha apenas um perito para investigar 1661 crimes informáticos.

Fonte: Jornal i