Até agora BPN custou aos cofres públicos 1,7 mil milhões

O Tribunal de Contas (TC) juntou esta semana mais um valor à abundância de números que circulam para os custos para os contribuintes da nacionalização e reprivatização do BPN.

Segundo o TC, até ao final de 2012, o processo custou em termos líquidos 1.671 mil milhões de euros aos contribuintes, resultado de 1.870 milhões em despesas e 199,4 milhões em receitas.

Este é um valor bem mais baixo do que as estimativas que têm circulado para os custos do BPN, nomeadamente a da comissão parlamentar de inquérito, que apontou para, pelo menos, 3,4 mil milhões de euros até ao final de 2012, podendo ultrapassar os seis mil milhões de euros.

A explicação para estas discrepâncias poderá estar na avaliação das imparidades associadas a créditos detidos pelas sociedades que ficaram com os activos do BPN, e que não estão incluídas nas contas do TC, que se limita a observar entradas e saídas efectivas de dinheiro dos cofres do Estado, segundo explica na análise publicada esta semana à execução orçamental da Administração Central no ano passado.

Potenciais perdas podem decorrer de várias situações, por exemplo, activos que atingem a maturidade e não reembolsam o valor inscrito no balanço; ou créditos que afinal não se conseguem recuperar. Esta é uma avaliação difícil de fazer, sendo necessário conhecer em detalhe toda a carteira de activos da Parups e da Parvalorem.

O TC está neste momento a desenvolver uma acção de avaliação, a pedido do Parlamento, a todos os encargos e responsabilidades resultantes à nacionalização e reprivatização do BPN, na qual se incluirão não só as despesas e receitas já executadas como todos os futuros encargos.

Fonte: Jornal de Negócios