Juros aproximam-se de 7% e risco agrava-se

Os juros das obrigações do Tesouro voltaram a fechar em alta no mercado secundário, pelo segundo dia. A probabilidade de incumprimento subiu para mais de 35%.

Tendo chegado a um mínimo de 6,735% no período inicial do dia, as yields das obrigações do Tesouro a dez anos fecharam no mercado secundário em 6,94%, segundo dados da investing.com. Ontem haviam fechado em 6,8%. É o segundo dia consecutivo de aumento, desde que na terça-feira haviam fechado no mínimo da semana até à data.

O prémio de risco da dívida portuguesa em relação à divida alemã voltou a subir, tendo fechado em 5,26 pontos percentuais, o valor mais alto da semana até à data.

Nível de risco superior ao de 3 de julho

A probabilidade de incumprimento num horizonte de cinco anos fechou em alta, também pelo segundo dia consecutivo. O risco de incumprimento está agora em 35,22%, quando ontem havia fechado em 34,67%, segundo dados da CMA S&P Capital IQ. O custo de segurar a dívida portuguesa através de credit default swaps (cds, no acrónimo) aumentou hoje para 490 pontos base, um aumento de 20 pontos em relação ao valor de fecho de ontem.

O nível de risco atingido hoje e o custo dos cds é superior ao valor de fecho a 3 de julho, o dia do auge do impacto da crise política nos mercados da dívida, quando o risco fechou em 34,93% e o custo dos cds em 481,49 pontos base. Como comenta hoje a Markit, a situação portuguesa é "frágil" e o mercado dos cds tem revelado forte atividade.

Pressão sobre Espanha e Itália prossegue

As yields das obrigações espanholas e italianas voltaram a fechar em alta. O prémio de risco destas dívidas em relação à dívida alemã subiu e a probabilidade de incumprimento da dívida também. O escândalo Bárcenas em Espanha e a continuação do impacto do corte de notação da dívida italiana pela agência Standard & Poor's continuam a marcar o "sentimento" dos investidores.

Fonte: Expresso