Polícias vão realizar novas acções de protesto

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse hoje, no Funchal, que os polícias vão realizar acções de protesto contra as medidas do Governo, prometendo uma “resposta à altura da gravidade da situação”

“Não podemos desenvolver algumas acções, nomeadamente a greve, porque é ilegal, mas iremos dar uma resposta à altura da gravidade da situação”, afirmou Paulo Rodrigues, depois de uma visita às esquadras da ilha da Madeira, que culminou numa reunião com o comandante regional da PSP.

Paulo Rodrigues, que defendeu a união e coesão dos profissionais da PSP para “responder” às medidas que o Governo quer impor à corporação, que “reduzem o seu vencimento, mas também os seus direitos”, salientou que aquelas “podem comprometer a estabilidade da instituição PSP e da qualidade de serviço” que presta.

A 29 de Maio, num encontro nacional, a Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança aprovou a realização de uma semana de luta, inicialmente prevista para setembro, em que cada estrutura sindical vai organizar o seu próprio protesto.

Hoje, Paulo Rodrigues, também secretário nacional da estrutura que congrega os sindicatos do sector, admitiu a antecipação da semana de luta que visa demonstrar, “na prática, como será a polícia do futuro se estas medidas forem impostas à polícia”.

O aumento da idade da pré-reforma dos polícias, a subida das contribuições para os subsistemas de saúde, o aumento do horário de trabalho da função pública das 35 para as 40 horas semanais e alterações ao modelo de atribuição dos suplementos são algumas das medidas de austeridade contestadas pelas associações de profissionais.

“Se estas medidas forem impostas à polícia, vamos ter uma polícia no futuro sem dinâmica, sem motivação, sem pro-actividade e envelhecida”, alertou, considerando que “isto representa uma polícia quase parada”.

Notando que “não tem sido atendida a especificidade da missão da PSP”, Paulo Rodrigues advertiu ainda que as medidas “podem pôr em causa o funcionamento da instituição, a segurança pública, o que é uma irresponsabilidade”.

Hoje, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, esteve reunido com representantes dos sindicatos profissionais da PSP e das associações profissionais da GNR, para lhes transmitir que a comparticipação para os subsistemas de saúde destas duas forças de segurança vai aumentar um por cento até 2014.

Sobre a reunião no Comando Regional da PSP, Paulo Rodrigues disse que foi abordada a sua especificidade, considerando que tem “de haver uma maior atenção por parte do Governo da República, para suprir algumas dificuldades”, como “a falta de efectivo, a falta de condições das esquadras e a falta, também, de algumas viaturas”.

Para Paulo Rodrigues, estas situações criam “constrangimentos na resposta que a própria polícia dá às necessidades”, garantindo que as vai transmitir ao Governo para que o Comando Regional tenha meios “para trabalhar devidamente”.

Fonte: Sol