Parlamento vota projetos sobre adoção por casais 'gay'

O parlamento vota hoje três diplomas do Bloco de Esquerda e "Os Verdes" sobre adoção por casais homossexuais e um do PS que sobre co-adoção, sendo este último aquele que reúne maiores hipóteses de ser aprovado

O diploma sobre co-adoção por casais ou unidos de facto do mesmo sexo, que tem como primeiros subscritores os deputados socialistas Isabel Moreira e Pedro Delgado Alves, pretende estender o vínculo de parentalidade de um dos elementos do casal (pai ou mãe biológica ou adotante) ao cônjuge que ainda não o possui em relação à criança.

Este diploma tem o apoio do Bloco de Esquerda, PCP, "Os Verdes" e da larga maioria dos deputados do PS, estimando-se que necessitará de recolher cerca de 20 votos junto dos deputados da maioria PSD/CDS para ser aprovado na generalidade.

No PSD e no CDS haverá liberdade de voto em relação aos quatro diplomas em discussão, mas a maioria dos 108 deputados sociais-democratas deverá votar contra - sentido de voto que se reforçará significativamente entre os deputados do CDS-PP.

Apesar desta tendência entre os deputados da maioria, o resultado final é uma incógnita, sobretudo no que respeita ao diploma referente à co-adoção.

Só no que respeita à direção do Grupo Parlamentar do PSD, pelo menos quatro deputados deverão vão votar a favor: Teresa Leal Coelho, Francisca Almeida, Nuno Encarnação e Luís Menezes.

Na quinta-feira, após a reunião da bancada social-democrata, a deputada do PSD Mónica Ferro deixou um apelo ao voto a favor, argumentando que se está perante "uma questão de direitos humanos" e de "defesa do superior interesse da criança" e não perante uma divisão entre esquerda e direita no parlamento.

Por outro lado, os projetos do Bloco de Esquerda e de "Os Verdes" sobre adoção por casais do mesmo sexo deverão na sexta-feira registar menos votos contra do que no ano passado.

Em fevereiro de 2012, o PCP votou contra estes projetos do Bloco de Esquerda e de "Os Verdes, mas agora a bancada comunista optará pela abstenção.

Fonte: Diário de Notícias