Ucrânia. 100 dias de guerra deixam rasto de destruição e morte
A guerra na Ucrânia atinge esta sexta-feira a marca dos 100 dias, período marcado por um rasto de destruição e pela pior crise de refugiados e deslocados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com milhões de pessoas em fuga e milhares de mortos.
Após meses marcados pela acumulação de tropas junto das fronteiras do país vizinho e de várias negações de que uma invasão estivesse a ser planeada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou em 24 de fevereiro o lançamento de uma "operação militar especial" para "a desmilitarização e a desnazificação" da Ucrânia.
Desde então, a ofensiva militar russa na Ucrânia deixou um rasto de destruição no território ucraniano e causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU confirmou a morte de mais de 4.000 civis na guerra desde 24 de fevereiro, mas a organização admite que estes números estarão muito aquém da realidade. Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Nos últimos 100 dias, a ofensiva militar de Moscovo em solo ucraniano teve igualmente sérias e históricas repercussões na arquitetura de segurança europeia. Em maio passado, a Finlândia e a Suécia formalizaram o pedido de adesão à NATO, confirmando desta forma o fim de uma neutralidade militar histórica naquela que está a ser interpretada como a maior alteração da arquitetura de segurança europeia em décadas.
Já esta semana, a Dinamarca realizou um referendo, no qual dois terços dos eleitores votaram a favor do país aderir à política de defesa comum europeia, algo que a diplomacia de Copenhaga admite acontecer já em julho.
Na última quinta-feira, numa intervenção por vídeo no parlamento do Luxemburgo, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que a Rússia controla cerca de 20% do território da Ucrânia.
Fonte: RTP Notícias