Oito mulheres e uma criança assassinadas em contexto de violência doméstica até Março de 2022
Segundo dados do Governo, 1841 pessoas foram recebidas em casas de acolhimento no primeiro trimestre de 2022. Dados só agora estão disponíveis.
No primeiro trimestre de 2022 houve oito mulheres e uma criança assassinadas em contexto de violência doméstica, mostram os dados só agora publicados no portal da Comissão para a Igualdade de Género (CIG), que tem divulgado os números trimestrais sobre este crime. No ano passado os números oficiais revelaram que a violência doméstica tinha feito 23 mortes, 16 mulheres, duas crianças e cinco homens. Em 2020 foram 32 as mortes provocadas por situações de violência doméstica e em 2019 foram 35.
Segundo este boletim estavam presos por este crime, entre 1 de Janeiro e 31 de Março, 1159 reclusos, 237 deles em prisão preventiva. Havia 959 pessoas com medidas de coacção aplicadas, das quais 767 com vigilância electrónica. Abrangidas por teleassistência estavam 3867 pessoas, pouco menos das 3905 do trimestre anterior. O número de participações à Guarda Nacional Republicana e à PSP foi, porém, praticamente o mesmo do trimestre anterior: 6732 (mais duas do que nos últimos três meses de Dezembro). É um número superior ao do período homólogo do ano passado, com 550 participações (durante todo o ano de 2021 houve 27.619 participações às polícias).
Já a Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica tinha acolhidas 1841 pessoas: 908 mulheres, 904 crianças e 29 homens. Isto representa uma subida em relação ao trimestre anterior (com 1032) e a todos os trimestres do ano passado olhados individualmente.
Por outro lado, o número de homens incluídos em programas para agressores, que tem vindo a aumentar desde 2018, tinha integrados 2964 homens, quase mais mil do que em período homólogo do ano passado, mas apenas 231 em meio prisional (a maioria está na comunidade). O Programa para Agressores de Violência Doméstica (PAVD) existe desde 2014 e dirige-se, por enquanto, apenas a homens em contexto de relações heterossexuais. Os agressores passam por quatro fases aos longo de 18 meses, divididos em três períodos de seis meses cada a seguir à avaliação das necessidades: acompanhamento individual, intervenção em grupo e novamente acompanhamento individual.
Fonte: Público
Foto: Paulo Pimenta