Mais de 300 pessoas morreram nas prisões nos últimos cinco anos. PJ só investigou seis
Polícia Judiciária diz não ser notificada dos óbitos das prisões
A Polícia Judiciária (PJ) foi chamada, nos últimos cinco anos, por seis vezes para investigar mortes na prisão. De acordo com o “Diário de Notícias”, neste período de tempo ocorreram pelo menos 303 mortes em meio prisional. A PJ tem o monopólio da investigação das mortes violentas – entre as quais se conta o suicídio.
“Uma morte violenta, como é o caso de um suicídio, deve ser sempre objeto de investigação pelo Órgão de Polícia Criminal (OPC) competente”, diz um perito em homicídios da PJ, acrescentando que “as suspeitas de crime podem ser evidentes ou não”. “São mortes em locais fechado e em ambiente hostil, tratá-las sempre como suspeitas devia ser sempre o ponto de partida”, precisa.
No entanto, a PJ diz que não é notificada dos óbitos. “Não temos falta de meios para investigar estes casos. Se não formos logo para o local perde-se a janela de oportunidade para realizar uma inspeção completa e que é essencial”, realça um dirigente.
Entre as seis mortes que a PJ foi chamada a investigar contam-se as de Maria Malveiro, de 21 anos, em Tires, e de Danijoy Pontes, de 23 anos, no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Em ambos os casos, a PJ foi chamada tardiamente.
Fonte: Expresso