Portugal tem o maior número de reclusos dos últimos 16 anos

Em sentido contrário, número de guardas prisionais atingiu, em 2014, o valor mais baixo dos últimos nove anos.

Há 16 anos que o número de reclusos não era tão elevado. Actualmente, há 14.272 presos nas cadeias portuguesas, de acordo com a plataforma estatística da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Se olharmos para os dados de 1999 – altura a partir da qual começaram a ser tratados estatisticamente - os estabelecimentos prisionais contam hoje com mais 1.179 pessoas a cumprir pena ou medida de coacção.
Se há mais de uma década a prisão ocorria por crimes ligados ao tráfico de estupefacientes, contra o património e em terceiro lugar contra as pessoas, esse cenário mudou em 2003. Foi a partir desse ano que começaram a entrar nas cadeias portuguesas mais pessoas presas por roubo, furto e burla.
Desde aí que os crimes contra o património não saíram do número um do top das razões que levam as pessoas a cumprir pena na prisão.
Mas cinco anos depois, em 2008, aumentou uma nova tendência criminal: ao segundo lugar sobem os crimes contra pessoas, ou seja, homicídios, ofensas à integridade física e violação. Os ilícitos relacionados com o tráfico de droga caem para terceiro.
Este cenário criminal mantém-se até aos dias de hoje, de acordo com a plataforma estatística da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
As estatísticas revelam que a maioria dos reclusos cumpre penas entre os três e os seis anos. Segue-se um segundo núcleo, igualmente elevado, que cumpre pena entre os seis e os nove anos.
Quanto ao número de guardas prisionais, analisando os últimos 21 anos, o maior contingente foi registado em 2005. Nesse ano havia 4.596 guardas nas prisões portuguesas.
O ano passado havia um total de 4.141 guardas prisionais. Em comparação com 2005, são menos 455 para um universo de reclusos muito superior, que em 2014 rondava os 14 mil.

Fonte: Rádio Renascença