Lei da Paridade: há mais mulheres no topo mas em cargos não-executivos

As mulheres estão a chegar ao topo mas continuam afastadas das posições de gestão executiva e poder efetivo

A lei da paridade nas empresas cotadas em bolsa está a produzir efeitos. As mulheres em órgãos de decisão passaram de 14,3% em 2016, antes da entrada em vigor da lei, para 24,8%, nos números de Abril de 2019, avança o “Público” esta quinta-feira.

Contudo, há falhas no sistema: o aumento de representatividade deve-se em particular a cargos não-executivos, aponta o projeto Women on Boards (WoB), coordenado por Sara Falcão Casaca e Maria João Guedes, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). Ou seja, as mulheres estão a chegar ao topo mas continuam afastadas das posições de gestão executiva e poder efetivo.

A lei n.º 62/2017 estabeleceu que o patamar mínimo de representação feminina após as assembleias gerais eletivas desde janeiro de 2018 seria de 20%, passando a 33,3% a partir de janeiro do próximo ano.

Das 39 empresas cotadas em bolsa, o WoB contou 23 que tinham renovado os seus conselhos de administração desde o início do ano passado-

Entre as 17 empresas do índice PSI-20 abrangidas pela lei (fica de fora a EDP Renováveis, com sede em Madrid), 12 empresas que estão sob as novas regras têm apenas 25% de mulheres nos órgãos de administração.

A Corticeira Amorim, Sonae Capital e Jerónimo Martins estão no top das empresas do PSI-20 com representação mais equilibrada nos órgãos de administração. Todavia, é a Inapa que lidera entre o total de empresas da bolsa de Lisboa, com 43% de representação feminina nos órgãos de administração.

Fonte: Expresso