PJ investiga acesso ilegítimo a dados informáticos

Milhares de endereços de email e passwords de dirigentes da administração pública foram "roubados" e estão a ser divulgados da internet

A Polícia Judiciária abriu um inquérito para investigar o acesso ilegitimo a milhares de endereços de emails e às respetivas passwords de diversos funcionários da administração pública, envolvendo ministérios, Forças Armadas, parlamento, Ministério Público, Polícia Judiciária, juízes, Autoridade Tributária e Comissão Nacional de Eleições, de acordo com a revista Sábado que avança com a notícia na edição desta semana. Além dos organismos públicos, também empresas privadas como bancos, sociedade de advogados e órgãos de comunicação social foram atingidos.

"Há um inquérito aberto pela UN3CT (Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica) para averiguar como foram obtidos esses dados, como foi o acesso", disse ao DN Pedro do Carmo, diretor nacional adjunto da PJ. O responsável escusou-se a dar mais pormenores sobre a investigação, adiantando apenas que a situação "não é recente e a informação já circula há algum tempo."

Segundo a Sábado, estes endereços terão sido recolhidos nos últimos anos em ataques a redes sociais e em outros sítios na Internet que impliquem um registo com um email e uma password.

Não é a primeira vez que a unidade especializada da PJ investiga o acesso ilegítimo a dados informáticos. Em fevereiro de 2015, a maior operação de sempre, a C4R3T05 (Caretos), levou à detenção de oito suspeitos e constituía 17 arguidos. A 4 de maio de 2016 aconteceu a fase II: foram feitas mais 16 buscas a casas de piratas informáticos, em Lisboa, Porto e Braga, e constituídos 14 arguidos. Nesta não houve detidos. A Procuradoria-Geral da República e a própria PJ foram alvos destes "piratas" informáticos.

Fonte: Diário de Notícias