Investidores em risco: processo de atribuição de vistos gold com atrasos de três meses

Até ao próximo mês de novembro, nenhum cidadão de um país fora da União Europeia que queira investir no país vai conseguir ser recebido para iniciar-se o processo de pedido de autorização de residência para investimento.

O processo de atribuição de vistos gold tem registado atrasos de cerca de três meses devido à falta de pessoal, o que pode fazer com que os potenciais investidores em Portugal desistam da aposta no país, informa a edição do Diário de Notícias desta sexta-feira.

“Os agendamentos para atendimento no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de investidores e familiares no âmbito de primeiro pedido de Autorização de Residência para Investimento (ARI) ou renovação, na área de Lisboa, que é a área de maior pressão, o tempo máximo de esperar para atendimento é de cerca de dois meses e meio, havendo outros locais no país onde é imediato”, afirmou ao DN o SEF.

Nesse sentido, até ao próximo mês de novembro, nenhum cidadão de um país fora da União Europeia que queira investir no país vai conseguir ser recebido para iniciar-se o processo de pedido de visto gold.

De acordo com o jornal, que contactou advogados e sindicalistas, deve haver quatro mil processos pendentes. Além disso, o atraso traz custos associados: depois de se conseguirem reunir com o SEF, após a espera de três meses, os investidores estrangeiros já têm de ter investido, pelo menos, 500 mil euros num imóvel, conforme estipulam as regras da ARI.

O investimento captado através dos vistos gold subiu 14,8% nos primeiros sete meses do ano, face a igual período do ano passado, para 656 milhões de euros, de acordo com os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) apresentados esta terça-feira pela agência Lusa.

No mês passado, o investimento resultante da Autorização de Residência para a Atividade de Investimento (ARI) [vistos gold] atingiu os 59,78 milhões de euros, uma descida de 2,8% face a igual mês de 2016 (61.55 milhõeseuros) e um aumento de 52% face a junho (39,25 milhões).

Fonte: O Jornal Económico