Autoridades estão atentas ao fenómeno do trabalho escravo

Questionado pela TSF, o ministro do Trabalho apela à ajuda das empresas para evitar situações como as denunciadas no setor agrícola.

O ministro do Trabalho garante que as autoridades estão atentas ao fenómeno do trabalho escravo em atividades como, por exemplo o setor agrícola.

Vieira da Silva considera que o trabalho não declarado, que por vezes ganha contornos de trabalho escravo, prejudica a imagem de recuperação económica do setor agrícola português, para além de violar direitos humanos essenciais.

À saída da comissão parlamentar do Trabalho, questionado pela TSF sobre a denúncia do autarca da Vidigueira em relação ao trabalho escravo, divulgada esta terça-feira pelo jornal Público, o ministro Vieira da Silva garantiu que está muito atento a situações deste tipo e que espera que as empresas colaborem para evitar este tipo de situações.

O presidente da Câmara Municipal da Vidigueira conta a história de um grupo de 80 a 100 pessoas que vivia numa oficina; e outras 30 a dividir um único apartamento. Manuel Narra fala em "redes mafiosas que alimentam novas formas de escravatura". São pessoas que chegam, sobretudo, da Ásia, de países como o Bangladesh, a Índia, o Nepal ou o Paquistão. O salário é baixo, mas é dele que ainda são descontados o alojamento e a alimentação.

A Autoridade para as Condições do Trabalho admite que se trata de uma atividade criminosa e extremamente lucrativa.

Carlos Graça, responsável pela equipa que investiga trabalho não declarado, admite que há casos muito preocupantes em todo o país. Este responsável adianta que a exploração dos trabalhadores migrantes já é mais rentável do que o tráfico de droga.

Fonte: TSF
Foto: João Relvas/Lusa