Eutanásia é o tema que se segue na agenda fracturante

Em seis meses de nova maioria, o parlamento já alterou várias leis relacionadas com os costumes, a família e a vida. Esta terça-feira chega à assembleia a petição “Direito a morrer com dignidade”.

A petição “Direito a morrer com dignidade” promovida pelo Movimento Cívico pela despenalização da morte assistida, que junta pessoas de variados quadrantes políticos e profissionais é entregue no Parlamento, esta terça-feira, às 15h30. Como a petição ultrapassa as oito mil assinaturas, duplicando o mínimo necessário, será discutida no Parlamento.

Os peticionantes consideram que “a morte assistida consiste no acto de, em resposta a um pedido do próprio – informado, consciente e reiterado – antecipar ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem esperança de cura” pedem aos deputados e os grupos parlamentares que discutam e promovam as iniciativas legislativas necessárias à despenalização da Morte Assistida”.

O Bloco de Esquerda já tornou claro que pretende usar a discussão à volta deste documento para fazer o seu próprio projecto de lei. Os restantes partidos ainda não tomaram posições oficiais e o assunto não constava de nenhum programa eleitoral. No CDS, Isabel Galriça Neto levou ao congresso de Março uma moção sectorial a recusar a eutanásia, que foi depois aprovada em Conselho Nacional.

Este será, portanto, o próximo tema da chamada agenda fracturante que, em seis meses de nova maioria, já alterou várias leis relacionadas com os costumes, a família e a vida. Na maioria dos casos, o assunto foi levado ao plenário por iniciativa do Bloco de Esquerda, com o PS apresentar também projectos próprios. O PSD e o CDS, tendencialmente, dão liberdade de voto aos seus deputados nestes assuntos, considerando que são questões de consciência, o que faz com que as bancadas à direita se dividam.

Fonte: Rádio Renascença