O regresso às esplanadas, escolas, museus e ginásios: a segunda fase do desconfinamento começa esta segunda-feira

A lista de atividades ainda proibidas e de locais encerrados é longa, mas cada passo no desconfinamento já é motivo de regozijo num país que voltou a fechar a 14 de janeiro. Depois do regresso às escolas dos mais novos, para alegria dos próprios mas também de pais assoberbados entre teletrabalho e atenção aos filhos, é a abertura das esplanadas que parece agora suscitar mais entusiasmo. Confira aqui o que pode e não pode fazer a partir desta segunda-feira.

Com o sol a brilhar em todo país, ainda que coberto com mais nuvens no centro e sul, e temperaturas máximas acima dos 20 graus na segunda-feira, tudo aponta para que as atividades permitidas no arranque da segunda fase do desconfinamento sejam aproveitadas ao máximo.

São muitas as saudades de uma refeição ou bebida numa esplanada, mesmo que não possam estar mais de quatro pessoas à mesa (a menos que pertençam ao mesmo agregado familiar) e que ao fim de semana os espaços tenham de fechar às 13h00. Nos dias úteis, o horário de funcionamento estende-se até às 22h30. A outra boa notícia é que pode escolher a esplanada que mais lhe agrada, independentemente do concelho, já que as restrições à circulação vão acabar, mesmo ao fim de semana. Desde o final do ano que era impossível mudar de concelho entre sexta à noite e segunda de madrugada.

Mas mesmo numa esplanada ao ar livre, com o risco de contágio a ser substancialmente menor, a ordem é a mesma. É preciso manter alguma distância das pessoas com quem está e das restantes, pelo que haverá também limitações em relação à capacidade de receber clientes. E se não estiver nem a comer nem a beber, continue a usar máscara “para evitar riscos de transmissão”, apelou o primeiro-ministro na semana passada, quando anunciou a luz verde para a segunda fase de desconfinamento em “todo o território nacional”.

Para que não haja dúvidas, o Governo esclareceu em decreto-lei publicado este sábado o conceito de esplanadas: "qualquer espaço do estabelecimento, desde que exterior e ao ar livre". Mesmo que tenha "uma estrutura ou cobertura", tal "não obsta à qualificação como esplanada aberta, desde que aquelas estejam rebatidas ou removidas de forma a que o espaço não esteja totalmente coberto e permita a circulação de ar".

Para os mais velhos que frequentavam centros de dia, a reabertura destas estruturas de apoio social será uma lufada de ar fresco, que permitirá a muitos o retomar de rotinas e do convívio de que há muito estão arredados.

E para quem não dispensa o exercício físico, a segunda etapa do desconfinamento também traz reaberturas há muito esperadas, como é o caso dos ginásios e academias. As limitações voltam a ser de lotação e também pela impossibilidade de participar em aulas de grupo, que só deverão voltar em maio, se tudo correr bem. Se quiser ter a companhia de colegas de treino, terá de optar pelo ar livre, onde será permitida atividade física em grupos até quatro pessoas.

Os adeptos do padel, do ténis ou do golfe também vão poder regressar às aulas e voltar a marcar jogos, já que os desportos de baixo risco também voltam a estar autorizados.

O REGRESSO À ESCOLA
Mas é no regresso às aulas presenciais, agora para quase 600 mil alunos do 5.º ao 9.º ano, que a azáfama será maior. Para já, com a operação de rastreio à covid-19 que irá ser aplicada a todos os professores e funcionários das escolas que agora retomam, num universo estimado de 150 mil testes. A estes junta-se nova leve de testes nos concelhos com mais casos de covid-19 e que serão repetidos junto de educadores de infância e professores do 1.º ciclo.

O Presidente da República faz questão de assinalar o arranque do 3.º período letivo, que todos esperam que consiga chegar ao fim em modo presencial, e visitará, com o ministro da Educação, a Escola Francisco Arruda, em Lisboa. Além das escolas do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, reabrem os centros de estudo e de atividades de tempos livres para as crianças e jovens destes níveis de ensino.

Quanto às lojas, poderão reabrir desde que tenham menos de 200 m2 e porta para a rua, o que não abrange ainda a maioria dos centros comerciais. Nos super e hipermercados voltará a ser possível comprar roupa e brinquedos e todos os produtos que estavam proibidos por outras lojas, encerradas, também não os poderem vender.

Se optar por um programa mais cultural, conte com a generalidade de museus, monumentos, palácios e galerias de arte de portas abertas. Cinema e teatro só a partir de 19 deste mês.

OS PRÓXIMOS PASSOS E OS CONCELHOS EM RISCO
O decreto que estabelece estas e outras medidas, como a manutenção do “dever geral de recolhimento domiciliário”, o teletrabalho sempre que possível e o uso de máscara, foi publicado no sábado ao final do dia. Numa introdução às medidas, o Governo esclarece que a situação epidemiológica em Portugal permite que se “prossiga a estratégia de levantamento progressivo das medidas de confinamento”.

Há ainda uma referência aos 19 concelhos onde a incidência de novos casos a 14 dias é neste momento superior a 120 por 100 mil habitantes. O Governo decidiu não parar o processo nestes municípios - apenas se a situação mantiver na próxima avaliação a 15 dias – e garante que serão tomadas mais medidas de saúde pública nessas regiões.

As próximas etapas de reabertura estão previstas para 19 de abril e 3 de maio. Mas só acontecerão se os indicadores de monitorização da situação epidemiológica não se aproximarem do vermelho.

Fonte: Expresso
Foto: Rui Duarte Silva